O arquipélago da Madeira localiza-se na África e compreende algumas ilhas, sendo apenas duas habitadas: o Porto Santo e a Madeira, com uma população de 5149 e 245 595 habitantes, respetivamente (Census 2021). As ilhas foram descobertas no primeiro quartel do século XV pelos portugueses e possuem o estatuto de Região Autónoma de Portugal.
As minhas expectativas em relação à Madeira eram baixas por duas razões principais:
1. Vivo numa ilha de muita diversidade paisagística a que não faltam crateras transformadas em lagoas e fenómenos paravulcânicos (fumarolas, nascentes termais, geysers), cascatas e belíssimas praias;
2. Não gosto de lugares de turismo de massa com enorme impacto sobre a natureza.
Como micaelense que sou, e não querendo puxar a brasa à minha sardinha, devo dizer que a minha ilha, que goza de vulcanismo ativo, contrariamente à ilha da Madeira, cujo vulcanismo está praticamente extinto, tem outro tipo de encanto, mas não menosprezei os encantos madeirenses.
A fim de fazer um itinerário de 10 dias, apenas na ilha da Madeira, utilizando quase exclusivamente o transporte público, colhi muito informação doutros viajantes e obtive muitos conselhos de um casal amigo madeirense, que vive na minha ilha.
Nos primeiros dois dias na ilha, recorri a excursões, porque, doutro modo, não conseguia visitar vários lugares num só dia utilizando o transporte público.
Falando do transporte público, a rede viária é boa, mas os horários são feitos de modo a servir a população e no interior da ilha, zona do Paúl, não há nenhum transporte público. No aeroporto há duas possibilidades de transporte público:
1. Aerobus;
2. Linhas 20, 23, 53, 113, 156 e 208 do operador CAM que servem o Este da ilha.
Todas as linhas CAM que passam no aeroporto têm como destino final a estação do Funchal localizada na Avenida Calouste Gulbenkian e o Aerobus tem paragem nessa estação.
Autocarros que passam no aeroporto
A primeira opção é um pouco mais dispendiosa, mas mais rápida, pois o veículo desloca-se ao destino pela via rápida, serve a maioria dos hotéis na cidade, e apresenta um horário alargado. Para quem, como eu, não viaja com muita pressa e com pouca bagagem, num horário diurno, a segunda opção é mais vantajosa.
Na ilha, só há dois tipos de bilhete no transporte público: urbano, ou seja, dentro do município, 1.95 EUR, e interurbano, 2,60 EUR, ambos adquiridos a bordo. Se viajar de um município para outro qualquer, mais distante que seja, mas com transbordo, só vai pagar 2.60 EUR.
Há a possibilidade de bilhetes pré-comprados, carregáveis num cartão, mas só estão disponíveis no município do Funchal. O passe mensal, urbano e interurbano, só é disponibilizado para os residentes. Fala-se de um bilhete diário no município do Funchal, mas não consigo confirmar se já está em vigor.
Não há, no Funchal, uma estação rodoviária central, o que me causou uma enorme indignação. A maioria das linhas do operador CAM, leste da ilha, partem da estação da Avenida Calouste Gulbenkian, incluindo todas as que servem o aeroporto, junto à Biblioteca Municipal, mas as linhas 56, 103 e 138, com destino ao Arco de São Jorge, partem da estação do teleférico do Monte, Rua José da Silva "Saca", ao lado da Linha 81, Monte, dos Horários do Funchal. A estação das linhas Rodoeste, parece localizar-se na Avenida do Mar, mas não confirmei.
ITINERÁRIO
DIA 01. PONTA DELGADA – MADEIRA [08:25-11:05, SATA] – FUNCHAL [12:05-13:00, Linha CAM113[2]
Santa Cruz - Aeroporto
Uma vez chegado ao aeroporto da Madeira, num voo direto de Ponta Delgada, e querendo tirar o máximo partido do transporte público, desloquei-me para o Funchal com a Linha CAM113, cujo horário me foi mais conveniente.
Como cheguei ao Funchal pela hora do almoço, a histórica rua da Carreira, uma artéria central da cidade com muita oferta de restauração, perto do meu alojamento, foi muito conveniente para a minha primeira refeição na ilha, tendo eu optado pelo prato do dia, atum grelhado, no restaurante Jardim da Carreira, pois o restaurante Londres, que me tinha sido recomendado, estava superlotado. De qualquer maneira, devo dizer que não fiquei muito satisfeito com a escolha, porque a dose servida pecava pela qualidade e pela quantidade e a bebida era demasiado cara. No entanto, os funcionários foram muito corteses e o ambiente é muito aprazível, não fosse o espaço conhecido pela longa tradição marcado por árvores centenárias do jardim interior, nomeadamente uma mangueira e um cato.
Praia Formosa
Tinha em mente visitar o Monte ou então fazer a Promenade de Câmara de Lobos. Optei pela promenade e, sendo assim, dirigi-me para a avenida marginal, mas, devido a interdição por motivo de obras de manutenção, não consegui passar da Praia Formosa. Irremediavelmente, após passar o túnel que há à entrada da praia, na paragem do autocarro, apanhei um autocarro de volta ao centro do Funchal.
Caso só tenha a tarde disponível no primeiro dia de chegada à ilha, recomendo que explore a cidade e/ou os arredores.
DIA 02. EXCURSÃO AO LESTE
Não sou nada amigo de excursões guiadas, mas, devido à escassez de transporte público, por ser domingo, optei por reservar uma excursão em linha através de getyourguide. Desse modo, tive a possibilidade de visitar vários lugares no leste da ilha, incluindo os Engenhos do Norte, localizados no Porto da Cruz, com paragem em miradouros, que doutro modo não teria conseguido, e fiquei muito satisfeito com o serviço prestado.
Miradouro do Pico do Areeiro
A excursão foi agradavelmente conduzida pelo jovem motorista e guia Daniel, transmontano de gema, que prestava toda a informação necessária, sem ser fastidiosa, e com algum sentido de humor. O programa apregoado foi rigorosamente cumprido e éramos um grupo de seis pessoas.
Miradouro dos Balcões
De entre os locais visitados, os que mais me fascinaram foram: o Pico do Areeiro, o Ribeiro Frio, com o pequeno trilho opcional da Vereda dos Balcões PR11, e São Lourenço.
Ponta de São Lourenço
A cidade de Santana, com os seus 6553 habitantes (Census 2021), afamada pelas casas típicas triangulares cobertas de colmo, que é um cartaz da ilha, não me impressionou nada porque não passa de três ou quatro casas para inglês ver.
Santana
Todavia, e conforme constava no programa, foi o local onde pausámos para o almoço, tendo eu optado pelo restaurante Os Compadres, onde me foi muito bem servida a tradicional espetada de carne no espeto de louro.
Restaurante Os Compadres
DIA 03. EXCURSÃO AO OESTE - PORTO MONIZ [2]
Escolhi esta excursão por dois motivos:
1. Queria visitar a Floresta do Fanal, a qual é inacessível por transporte público;
2. Como me ia alojar no Porto Moniz, juntaria o útil ao agradável, ou seja, aproveitava a viagem para lá ficar.
Floresta do Fanal
Será escusado dizer que a minha grande expectativa da excursão recaía sobre a visita à dita Floresta, apesar de sabermos que a magia do lugar não se vivencia numa simples paragem de pouco mais de meia hora, mas é um começo. De qualquer maneira, se houver nevoeiro, como foi o caso, é imprescindível haver uma atenção redobrada para não nos perdermos se quisermos explorar o lugar com calma. Infelizmente, tal como disse, a minha experiência, de muita curta duração, por ser uma excursão que há que cumprir um programa, e por conta da névoa, não me permitiu explorar a magia do lugar nem tão pouco contemplar o lado norte da ilha.
Câmara de Lobos
O programa apresentado foi cumprido, com paragens em Câmara de Lobos, Ribeira Brava e Ponta do Sol, no sul da ilha, tendo ficado, por razões logísticas, a visita ao Cabo Girão adiada para o regresso ao Funchal. Conforme programado, o almoço foi no Porto Moniz, mas, contrariamente às recomendações do guia, optei pelo restaurante Ilhéu Mole, um espaço informal, muito aprazível, que me passou a ser familiar durante a minha estadia de duas noites na vila.
Como me interessava ver a Cascata Véu da Noiva, acompanhei o grupo até São Vicente, de onde queria apanhar o autocarro, linha Rodoeste 139, das 16:10 de regresso ao Porto Moniz.
Cascata Véu da Noiva
Já a bordo do veículo, à última da hora, querendo eu ter o prazer de descer para a vila pelo Caminho do Pico, optei por ir até à Santa.
Desse modo, fiz um trilho à minha medida.
Porto Moniz - Caminho do Pico
Falando ainda da excursão, devo dizer que o Cristian, motorista e guia, era um senhor de idade, muito educado, demasiado formal para o meu gosto, mas sempre disponível.
DIA 04. LEVADA DA RIBEIRA DA JANELA
Como o primeiro autocarro que passava nos Lamaceiros só partia da vila pelas 10:45, linha Rodoeste 139, botei-me a caminho, mas, para vencer a danada da subida, consegui uma boleia que me deixou praticamente à porta de uma mercearia, que se ajeitou para eu me abastecer de mantimentos para a caminhada que esperava fazer de cerca de 4 horas, ida e volta, pois pretendia fazer apenas uma parte do trilho.
Levada da Ribeira da Janela
De acordo com a informação de trabalhadores da Câmara, e para minha decepção, só ia poder fazer uma ínfima parte do trilho, nem dando para alcançar o primeiro túnel. Sendo assim, e como queria passar parte do dia a caminhar, em vez de iniciar logo o trilho, segui o caminho que desce à direita e fui até ao fim. De seguida, regressei à entrada do trilho e iniciei-o, mas não pude passar da quebrada. Conforme me recomendaram, na volta, virei, à esquerda, no caminho de terra batida e subi o monte, passando depois pelo campo de futebol até alcançar a estrada. Regressei, desse modo, ao mesmo ponto, e, a pé, desci para a vila do Porto Moniz.
No dia seguinte, estava agendada a minha ida para o Estreito da Calheta, onde me ia alojar na Pousada de Juventude, e, a partir daí, faria o trilho da Levada das 25 Fontes. Tentei, através de uma agência, angariar um transfer que me deixasse no início do trilho, Rabaçal, e daí me transferisse para o Estreito da Calheta, mas não foi viável o agendamento devido ao adiantado da hora.
Para minha surpresa, dois catalães, que pernoitavam na minha pousada, informam-me que também iam fazer o trilho e me podiam dar boleia.
DIA 05. PORTO MONIZ - LEVADA DAS 25 FONTES PR6 - ESTREITO DA CALHETA [2]
Rabaçal
Por volta das 09:30 saíamos, eu e os catalães, do Porto Moniz e, para nossa sorte, fomos brindados com um dia de sol que nos permitiu fazer o trilho de um modo muito descontraído.
Levada das 25 Fontes
À hora a que chegámos ao parque, talvez por ser demasiado cedo, não havia o transporte que nos leva, mediante um custo, até à casa do Rabaçal, e, então, descemos para aí os tais 2 km. No regresso, embora já houvesse o transporte, optámos pela caminhada que é danada por ser sempre a subir.
Este trilho, com ligação à LEVADA DO RISCO PR6.1, que permite desfrutar de lindas vistas sobre o vale da Ribeira da Janela, dominado pela floresta laurissilva e pelas espécie arbustivas de urze Erica arborea e Erica scoparia ssp madeirensis, termina na Lagoa das 25 Fontes, um local muito aprazível que se prestou a uma banho na sua gélida água, cuja temperatura, pelas minhas contas, deveria rondar os 10º C.
Lagoa das 25 Fontes
Como era cedo, até à dita lagoa, deparámo-nos com muito poucos visitantes, mas, no regresso à casa do Rabaçal, já os havia em abundância.
É sempre, na minha opinião, vantajoso ir bem cedo.
Pela hora do almoço, no Estreito da Calheta, almoçámos o prato do dia, misto de carne, no restaurante As Fontes do Horácio. É um tipo de restaurante vocacionado para os locais onde se come bastante bem por um preço muito razoável.
Cascata dos Anjos
Deixámos as bagagens na Pousada de Juventude e abalámos para os lados da Ribeira Brava e da Ponta do Sol a fim de visitar a Cascata dos Anjos, na estrada velha, e de assistir ao Pôr do Sol, na Ponta do Sol.
Ponta do Sol - Pôr do Sol
O hipermercado da Calheta ajeitou-se para nos abastecemos dos mantimentos para a jantarada que preparámos na pousada.
DIA 06. ESTREITO DA CALHETA - PONTA DO PARGO - ACHADAS DA CRUZ - PORTO MONIZ - ESTREITO DA CALHETA
Como o transporte público não me ia permitir visitar a Ponta do Pargo, Linha Rodoeste 142 e a Fajã da Queimada, Linha Rodoeste 80, Achadas da Cruz, no mesmo dia, consegui chegar à rotunda que dá para a Ponta do Pargo mediante duas boleias.
Miradouro da Ponta do Pargo
Da dita rotunda, e sempre em descida, caminhei até ao Miradouro da Ponta do Pargo, de contemplei a falésia e o Farol. Terminada a visita, no regresso à estrada regional, parei no lugarejo, visitei a igreja e entrei num bar contíguo a um minimercado, ao estilo de uma mercearia tradicional.
Teleférico das Achadas da Cruz
Botei-me à estrada e consegui boleia com dois jovens franceses, que também iam para as Achadas da Cruz. Aí, por 5 euros, bilhete de ida e volta, utilizei o teleférico, e desci, rodeado de um cenário de cortar a respiração, provavelmente a paisagem mais fascinante que encontrei em toda a minha viagem à ilha, à Fajã da Quebrada Nova.
Fajã da Quebrada Nova
Nesta, os campos cultivados e as colinas verdejantes contrastam com o azul do mar e a praia de calhau. É imprescindível fazer o trilho da Vereda e, no final deste, parar no bar local para tomar uma poncha.
Regressei ao topo pela mesma via, mas tinha-me dado muito mais prazer ter subido o trilho, que levaria uma hora, pouco mais ou menos, caso eu não tivesse limitação de tempo.
Vereda da Quebrada Nova
Terminada a subida de teleférico, subi à estrada regional e, pelas 12:40, apanhava o autocarro, Linha Rodoeste 80, com destino ao Porto Moniz, onde vim a almoçar no Ilhéu Mole, um restaurante que sempre me recebeu com muito carinho.
Restaurante Ilhéu Mole
É assim, a oferta de restauração na estrada era muito escassa e cara. Foi vantajoso viajar para o Porto Moniz para lá almoçar.
Às 16:00, na mesma Linha Rodoeste 80, regressava ao Estreito da Calheta. Aí, o bar da esquina, mesmo à entrada da rua da pousada, passou a ser-me familiar.
DIA 07. ESTREITO DA CALHETA – FUNCHAL, Linha Rodoeste 115, 06:00-07:30, [4] - CURRAL DAS FREIRAS E MONTE
Desci, no Funchal, na paragem junto à Pousada de Juventude e, após fazer o registo de entrada para 4 noites, abalei para a estação rodoviária junto ao teleférico do Monte onde, às 09:00, apanhei o autocarro dos Horários do Funchal, linha 81, com destino ao Curral das Freiras com passagem pela Eira.
Curral das Freiras
Desci na Eira, subi ao miradouro para contemplar o vale e desci para o povoado através do trilho. Seguindo a sinalética, no fim do trilho, virei à direita e alcancei o centro da freguesia que mereceu a minha visita.
Descida do Trilho do Curral
Os Paladares do Curral, dada a amabilidade da proprietária, que me serviu o melhor licor de ginja da ilha, não fosse ele caseiro feito pelo marido, mereceu a minha atenção e acabei por comer filete de peixe espada preto servido com milho frito. A dose foi bem servida e a qualidade boa, atendendo às condições.
Confesso que deixei para trás a prova do licor artesanal de castanha porque não me agradou o industrial que experimentei.
Como queria ganhar tempo em ir visitar o Monte, sem ter de regressar ao Funchal, fui encorajado a descer do autocarro, que me conduzia ao Funchal, na paragem da igreja de Santo António e aí apanhar a linha 48.
Igreja de Nossa Senhora do Monte
Para minha surpresa, ainda no Curral, enquanto esperava pelo autocarro, o funcionário da loja de ferragens, que fica ao lado de Os Paladares do Curral, oferece-me boleia para Santo António. Rapidamente apanhei a linha 48 para o Monte, mas logo fiquei decepcionado com a vista do Funchal lá do alto, mesmo tendo subido à torre da Igreja do Monte.
Estava indeciso se deveria entrar no Jardim do Palácio ou se me deveria deslocar de teleférico para o jardim botânico. Um taxista, entretanto, aborda-me e oferece-se para me levar ao jardim botânico com regresso a um ponto panorâmico por 15 euros.
Carrinho de Cesto
Optei por não fazer nada disso e limitei-me a presenciar o espetáculo da descida dos turistas nos carrinhos de cesto e, por indicação de locais, alinhei-me para a rua do comboio e nela desci para o Funchal.
Caso o tempo não seja limitação e se interesse por jardins botânicos, recomende que visite o jardim.
DIA 08. FUNCHAL - RIBEIRO FRIO, LEVADA DO FURADO PR10 07:30-08:12, CAM103 - PORTELA - MACHICO - VEREDA DE SÃO LOURENÇO [13:40 - 14:20 CAM113]- FUNCHAL [16:00-17:05, CAM113]
Para minha surpresa, e contrariamente ao que esperava, as linhas dos autocarros para o Arco de São Jorge, operador CAM, não partem da estação da Avenida Calouste Gulbenkian, mas sim da que fica junto ao teleférico do Monte.
Às 07:30, partia para o Rio Frio a fim de fazer o trilho da Portela, PR10. Logo que desci do veículo, chegou um turista finlandês de automóvel, que me acompanhou na quase totalidade do trilho.
Levada do Furado
Como cheguei cedo ao Miradouro da Portela, não me convinha esperar pelo autocarro das 14:05 para o Machico e, sendo assim, por aconselhamento de um taxista que me queria deixar no Machico por 20 euros, desci o caminho alternativo para a primeira capital da ilha.
Miradouro da Portela
Consegui boleia com uma família que me deixou na estação de camionagem do Machico pelas 13:10. Imediatamente apanhava um autocarro para a Baía de Abra, mas tinha interesse em ir ao centro da cidade.
Machico
Sendo assim, viajei para a dita baía no autocarro das 14:20.
Vereda de São Lourenço
As minhas expectativas sobre este trilho eram baixas, mas logo foram superadas à medida que ia caminhando e a paisagem foi-se revelando diversificada, nomeadamente no que toca à falésia, pois aqui a vegetação é inóspita. Consegui fazer a totalidade do trilho, embora estivesse indeciso em subir a parte final que estava encerrada, mas a poncha na Casa do Sardinha deu-me ânimo. Em pouco mais de 30 minutos consegui alcançar a via pública e apanhei o autocarro das 16:00 de regresso ao Funchal, mas, por ironia do destino, o inconveniente transbordo no Machico obrigou-me a viajar de pé, o que acarretou uma viagem extremamente desconfortável.
DIA 09. FUNCHAL - SÃO JORGE - LEVADA DO REI PR18 07:30-08:12, CAM103 - ARCO DE SÃO JORGE - FUNCHAL
Havia promessa de bom tempo, mas, à medida que viajamos para o interior da ilha, por conta da altitude, a temperatura vai baixando. A viagem de autocarro até São Jorge levou cerca de 90 minutos, ficámos a uma altitude de 535 metros, e desci no Snack-Bar Levada do Rei junto a um entroncamento, devidamente assinalado, que nos conduz ao início do trilho mediante uns 15 minutos de uma caminhada panorâmica.
Este trilho, que é muito fácil, é muito encantador, pois, ao longo de todo o percurso da floresta laurissilva tem-se umas boas perspetivas do vale do Rio Bonito, passa-se por um pequeno túnel e apanha-se chuva de uma cascata.
Enquanto fazia uma pausa no Ribeiro Frio, término do trilho, para minha surpresa, um madeirense, dedicado à fotografia, que se fazia acompanhar da família, questionou a minha ilha à ilha tendo sabido que eu era de São Miguel.
Prontamente respondi-lhe que as levadas é que me levaram a ir visitar a Madeira e, na verdade, a grande beleza da ilha reside aí. Se eu tivesse viajado pela ilha apenas como turista, não teria, certamente, apreciado a ilha como apreciei ao enxergar a beleza que as veredas e as levadas escondem. Só lamentei não ter permanecido mais tempo na ilha para vivenciar mais trilhos.
Terminado o trilho, ou seja, o regresso ao ponto de partida, que completei em pouco mais de duas horas, incluindo a pausa no Ribeiro Bonito, e já a caminho da estrada, fui visitar a azenha. Nesta, que ainda hoje está em funcionamento, fui calorosamente recebido por um idoso que, orgulhosamente, me apresentou o espaço.
Azenha
Como o autocarro de regresso ao Funchal só partia dali a muito tempo, surgiu a hipótese de viajar no das 14:30, pelo norte, mas com partida do Arco de São Jorge. Do já falado Snack-Bar Levado do Rei até à igreja do Arco de São Jorge seria qualquer coisa como 90 minutos a pé, mas antes de começar a longa descida tinha de vencer a subida danada da Ribeira Funda. De qualquer maneira, poderia apanhar o autocarro no seu trajeto sem ter de ir ao ponto de partida.
Miradouro do Arco de São Jorge
Como estava num dia de sorte, a cerca de 1 km depois de passar o miradouro do Arco de São Jorge, um idoso encurtou-me o caminho dando-me boleia até à igreja do Arco onde abanquei no bar A Ladeira e degustei as duas ponchas da ilha, pescador e regional.
O autocarro parte da paragem mesmo ao pé da igreja e a viagem foi maravilhosa, não tivéssemos tido um dia de céu azul que abrilhantou as paisagens da ilha. Pelas 16:26 chegávamos à Ribeira Brava e, para quem quis seguir pela via rápida para o destino final, Funchal, teve de efetuar o transbordo às 16:50.
Viagem Arco de São Jorge - Ribeira Brava
No meu caso, que queria seguir pelas freguesias, optei por esperar pelo horário da partida, pois o autocarro de ligação estava a caminho. Terei chegado ao Funchal cerca de 30 minutos após o expresso, mas, pelo percurso tradicional pude assistir à azáfama nas freguesias, inclusive vi que tinha havido festa em…
As excursões, como as duas que fiz nos dois primeiros dias na ilha, são muito convenientes, mas não só nos levam pelas vias rápidas.
Depois de um dia de caminhada, na baixa, Rua de Santa Maria, surgiu-me muitas oportunidades para o jantar, mas, não era capaz de entrar em nenhum restaurante sem antes me refrescar num banho reparador.
Após o jantar e já em casa, na companhia do Alessandro, italiano de gema, guia turístico do Vaticano e fluente na língua portuguesa, um vinho seco da Madeira e o moscatel de Setúbal serviu à laia de relaxante para uma noite de sono pesado.
DIA 10. FUNCHAL
Vista do Funchal
Durante a noite terá chovido por uma hora 803com trovoada e hoje havia promessa de alguma chuva que, efetivamente, se veio a concretizar.
Tinha reservado o dia para passear tranquilamente pelo Funchal, percorrendo a zona histórica.
Praça do Município
Logo de manhã fui para o mercado dos lavradores e, como era demasiado cedo, tive de esperar para ver o colorido do mercado. De qualquer maneira não fiquei muito sensibilizado.
Mercado dos Lavradores
Procurei o Restaurante Sabor a Sal onde, num ambiente informal, mas muito seguro, não fosse frequentado por polícias, se come bem por pouco.
Visitei alguns monumentos, nomeadamente a Catedral do Funchal
Catedral do Funchal
Dia 11, ter. Funchal – Ponta Delgada [12:05-12:50]
Alojamentos Centro de Juventude: Funchal, Av. Calouste Gulbenkian; Porto Moniz, Vereda da Cadeia; Estreito da Calheta, Caminho dos Serrões, 48.
EM CONSTRUÇÃO!!!!!!!!!!!
This featured blog entry was written by avieira67 from the blog Madeira.
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